Áudio & Música Tecnologia

5 maneiras de misturar vários timbres no teclado

Vários Teclados
Escrito por Jônatas Castro

Dizer: “Misturar timbres no teclado” é bastante genérico. Existem várias formas de combinar mais de um timbre. Para ser mais enfático, vamos fechar nosso conceito de “misturar vários timbres no teclado”: “Reproduzir mais de um timbre simultaneamente com um único toque.”

Ficou bonito, não? Creio que todo bom tecladista deve saber misturar os sons de alguma forma, para, entre outros aspectos, causar mais preenchimento na música.

O fato é que, no universo de teclados, existem diferentes formas de misturar timbres para diferentes tipos de teclados. Com minha experiência entre várias marcas de teclados, vou listar algumas maneiras em que isso seja possível. Todas essas maneiras eu já consegui fazer funcionar.

O mais importante aqui é entender o conceito, porque ele se repete entre os modelos e fabricantes de teclado.

1. Dual voice/layer

Essa é a mais simples, mais fácil e amadora. Essa é uma função que vem na maioria dos teclados arranjadoras (Yamaha PSR e afins…).

Basta procurar pelo botão “Dual”, “Dual voice” ou “Dual layer” ou “Layer” (qualquer coisa parecida), acioná-lo e você vai perceber um segundo timbre sobrepondo o timbre principal.

Yamaha PSR E423

Botão “DUAL” no Yamaha PSR E423

2. Configuração de Layers

“Layer” traduzido para português quer dizer “Camada”. A ideia desse conceito é que um timbre pode conter várias camadas. É comum em teclados sintetizadores poder configurar as “Layers” do Patch ou Voice. Então, você pode ter para um determinado Patch, por exemplo, um layer de Piano e um layer de Pad.

3. Modo “Perform”, Combi” ou “Multi”

O modo Perform era muito comum em teclados da Roland (e.g. Jv 30, Jv 90, Xp-80, Fantom Fa-76…) e Yamaha (e.g. Motif XF6/7/8) enquanto o Combi e Multi, você encontra nos teclados da KORG.

É o modo onde você consegue misturar vários Patches.

Esse modo permite que você determine zonas de alcance para cada Patch. Por exemplo, do C1 ao C3 eu quero o E. Bass; do C2 ao D4, Piano. Logo, Entre o C2 e C3, os timbres estarão misturados.

Um grande limitador desses modos em teclados é a questão da polifonia, isto é, existe um limite de quantos sons podem ser executados simultaneamente. Isso vai variar de acordo com a memória e processamento do teclado. Esse limite tende a crescer nos teclados mais recentes.

Modo PERFORM no XP-80

Modo PERFORM no XP-80

 

Modo PERFORM no Yamaha Motif

Modo PERFORM no Yamaha Motif

Modo COMBI no Korg Kronos

Modo COMBI no Korg Kronos

4. Com mais de um teclado ou módulo

Uma maneira muito comum para misturar timbres é possuindo mais de um teclado e interligando eles com um cabo MIDI. Utiliza-se uma mesa mixadora para unir e equilibrar os timbres.

Por exemplo: você pode ter um Nord Stage 2 e um Roland Jupiter. Você toca apenas no Nord Stage 2, mas pode utilizar timbres do Roland Jupiter também.

Como fazer essa ligação? Qual cabo comprar? Essa dica fica para próximas postagens.

Midi OUT no Roland

Midi OUT no Roland

5. Utilizando notebook com softwares e samplers de timbres

Misturar timbres em softwares com VSTi’s e samplers se tornou bastante comum. É uma das melhores maneiras para misturar vários sons, já que existe uma infinidade de timbres que podem ser facilmente configurados em um software central (Host/DAW) como, Cantabile, Brainspawn Forte, V-Rack, que os agrupa.

Como configurar um software desses? Qual teclado utilizar?

Fiz um guia sobre utilizar esses softwares em performances ao vivo. Confira!

VSTs

Conclusão

Vale ressaltar que se você está procurando um teclado para comprar, recomendo que verifique se ele permite misturar sons de algumas formas. Alguns teclados não permitem de forma alguma misturar vários timbres. Às vezes, essa opção se torna muito necessária.

 


Comentários

Sobre o autor

Jônatas Castro

Jônatas é casado, servo de Cristo, bacharel em Ciência da Computação, pianista, tecnologista, analista e arquiteto de sistemas e empreendedor.